perdi a conta ao número de vezes que vi este filme - acredito, aliás, que foi o filme que me ensinou Inglês, de tanto que repeti mental e verbalmente cada sílaba proferida por cada personagem.
lembro-me de, já então, me identificar com a alegria do miúdo que se vê, repentina e fortuitamente, sozinho. continua a dar-me imenso prazer trancar a porta, pôr a música demasiado alta e dançar como se ninguém estivesse a olhar - pouco me importa se os vizinhos conseguem espreitar pela janela.
preciso, regularmente, de me sentar no sofá a escrever, a ver um bom filme, ou simplesmente a reflectir enquanto contemplo o sol pela janela - comigo.
talvez por isso, estranho bastante que as pessoas não saibam estar sozinhas - quer seja por não querem, por acharem que a sociedade não o vê com bons olhos, ou por lhes causar constrangimento.
saber estar sozinha é, para mim, fonte essencial de auto-conhecimento e pressuposto para "saber" estar com os outros.
(e continuar a ser Eu.)