Friday, June 29, 2012
Thursday, June 28, 2012
it was the best of times, it was the worst of times...
...dizia Charles Dickens, num livro (mais um) na minha lista de não-lidos.
como tudo, todos os sonhos têm dois lados da moeda. começam invariavelmente com a perseguição, a frustração no tropeçar em falso das pedras da calçada. muitos ficam por aí, outros seguem o seu caminho até ao rasgar da invariável fita no atingir do horizonte durante tanto tempo distante.
a chegada é sempre um misto de realização, tristeza, felicidade e medo. um conjunto de pessoas, de coisas, que correspondem à imagem durante tanto tempo difusa, de tão clara. pessoas que marcam momentos fúteis, abraçam tristezas e elogiam sorrisos. [pessoas que ficam - na partida.]
aí reside, contudo, a dualidade do sonho. é sempre tarde, e falta sempre o novo caminho que possa popular um horizonte mais longínquo, que nos faça seguir caminho, continuar a lutar contra os estigmas que refrearam a passagem por estradas mais ou menos enlameadas, muitas vezes percorridas no silêncio ensurdecedor que só a solidão sabe proporcionar.
talvez por isso saiba sempre tão bem voltar a casa, rever o conforto de abraçar a guitarra no escuro
[onde ninguém ouve].
Thursday, June 14, 2012
Wednesday, June 13, 2012
Monday, June 11, 2012
Sunday, June 10, 2012
Friday, June 8, 2012
correcção
Não tenho sequer tempo para levantar os olhos da estrada de
papel. Os corpos das letras espalham-se em sangue negro alinhado nas veias
vulgares do asfalto. No meio olhar de luz intensa, o choque brutal conta a
minha testa imensa de ideias. O vidro frontal estilhaça-se nos cortes do ferro
que entra sem resistência da água mole da minha carne.
Sonho o impacto e levanto-me nos gestos do sono. Estou
imóvel no chão que sinto a rir por baixo de mim. A rua de gritos das velhas
lamenta-se infinita pronta a engolir-me. Era tão jovem. Que desgraça, nosso
senhor. Ninguém merece acabar assim. Adivinho o cerco que se abate sobre mim.
Adivinho o impacto quando abro o frigorífico em cima, retiro a manteiga e a
esfrego morta num pedaço duro de pão
Em baixo, metros à frente uma pena de pombo erecta e heróica
no meio exacto da morte sem identidade. À distância da garra um gatinho aos
pulos de sangue final. E eu igual a todos. Sepultada fora da terra, no olhar
disco cheio de prata dos gritos das velhas.
Em cima, hoje olho duas vezes pela janela. Desço os três
andares em nódoa de café com leite e pão duro atravessado na garganta. Os
miúdos novos colados na esquina gulosos da idade. Olho para eles sem sorrir de
volta.
Na rua corrijo o meu primeiro passo na onda suja da calçada.
O destino passa em rente de pássaro ladrão pela minha cabeça. Adio o adeus para
te encontrar na volta da casa à minha espera sem saberes porquê ou até quando.
(by Fernando Ribeiro)
Thursday, June 7, 2012
careful what you wish for
Sunday, June 3, 2012
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