Como uma personagem saída de um livro de Eça de Queirós, aproveito não raras vezes para deambular por sítios familiares e desconhecidos. Aproveitando um dia mais soalheiro e uma esplanada estrategicamente orientada a nascente, dou por mim, quase inconscientemente, a dactilografar – a carvão (sempre a carvão) – trivialidades aleatórias.
Simultaneamente,
enquanto confortavelmente recostada, observo os passos em volta – os outros, tão proximamente distantes. Inerentemente hiperactiva, começo por lhes estranhar o marasmo, o excesso de tempo livre em idade adulta, espelhado numa transparência inexpressiva – tentativamente ocultada pelo esboçar de uma expressão tão indecifrável quanto assustadora.
Encontro-os, aleatoriamente,
nos mais diversos locais – nos quais computo frequentemente uma densidade acima do esperado ou expectável. Espontaneamente, outras contas começam a acumular-se, tentando desconstruir as fontes de tempo e rendimento. Estranho o excesso de ócio, o conforto excessivo nesta rotina que dificulta a distinção clara entre os dias, tão similares e vazios.
Silenciosamente, como uma criança a tentar perceber o mundo
pela primeira vez, coloco em voz alta e incessantemente todos os meus “porquês”
– limitando-me a ouvir o eco vazio do lado de lá.
(é ensurdecedor)
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