Wednesday, September 26, 2012

leave

Partir é sempre bitter-sweet. Também o é chegar já depois dos outros partirem - sem nós. 
E eles foram. [Quase todos.]
De parte a parte, as memórias já não são partilhas, apenas histórias. Os encontros perdem a casualidade, transformando-se num moroso processo de marcações em agendas e conflitos com afazeres diversos.

Olhando, agora, através do miradouro, a cidade outrora repleta de cafés que falavam múltiplas línguas, vejo-os tristes ao permanecerem agora vazios, num silêncio onde ressoam apenas as memórias dos que ficam.

Esses - escassos - evitam falar disso, cabisbaixos que estão de os terem deixado por aí. Olho-os pelo espelho de um carro que não é meu, vendo os seus cansados corpos ir para casa - eu, que já não tenho a certeza de onde é a minha.

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