Monday, November 10, 2014
Sunday, November 9, 2014
holocene
"Holocene is a bar in Portland, Ore., but it's also the name of a geologic era, an epoch if you will. It's a good example of how all the songs are all meant to come together as this idea that places are times and people are places and times are... people? [Laughs.] They can all be different and the same at the same time. Most of our lives feel like these epochs. That's kind of what that song's about. "Once I knew I was not magnificent." Our lives feel like these epochs, but really we are dust in the wind. But I think there's a significance in that insignificance that I was trying to look at in that song."
The ultimate soundtrack song.
come together
what happens with a band such as The Beatles is that every once in a while you hear a familiar song, can't quite put your finger on it but know you've heard it before. you will likely hear this song being sung by someone else and question if it's theirs - until you realize that Lennon wrote it. and you then find yourself feeling a little guilty questioning if one one the 1,000 cover versions can ever beat the original.
(about Come Together)
the thing is, no matter what you're listening to, you will somehow always hear the Beatles - be it an obvious cover, an influence in the background, a random name-dropping.
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"I was looking at my resume feeling real fresh today // they rewrite history I don't believe in yesterday // and what's a black Beatle anyway, a f***ing roach // I guess thats why they got me sitting in fucking coach"wildlife
i recall seeing an exhibition when i was 18 years old. basic maths would tell me that was 10 years ago but surely it cannot have been that long,
2014 marks the 50th anniversary of the competition and shows how far photography has evolved in the past 5 decades. the lighting is perfect in bringing out the incredible results of the photographers' impressive courage and patience.
Grand Title Winner
Michael 'Nick' Nichols, USA

Carlos Perez Naval, Spain

Monday, April 21, 2014
amor e uma cabana
não me lembro de sonhar com castelos - "casa" sempre foi mais um estado de espírito do que um amontoar de vigas e betão.
"casa" lembra-me sempre esta fotografia - construção ou não - de steve jobs, uma máquina de escrever, meia dúzia de livros, um candeeiro e uma bebida quente.
não me recordo da última vez que liguei a televisão do apartamento onde habito - faz-me mais falta o espaço que as coisas, o braço à minha volta do que a cama
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Sunday, January 19, 2014
your girl is lovely, hubbell
"Um dia destes encontro-te e estás mais velha. Um dia destes cruzo-me contigo na rua, numa esquina, no café, e estás feliz, mais feliz, insuportavelmente feliz, e não consigo evitar desviar o meu olhar do teu. Um dia destes vejo alguém que me pareces tu e afinal és mesmo tu e faço de conta que não te vi e me pareceste outra pessoa. Um dia destes dou de caras contigo e a tua cara é a mesma de há anos, só que sem ter havido eu e sem ter havido anos. Um dia destes esbarro connosco no passeio e mal nos reconheço à primeira, de tão apressados que vamos de encontro aos nossos encontros. Um dia destes dou-te um encontrão sem querer e descubro que um encontrão é apenas um encontro vítima do sufixo aumentativo. Um dia destes distingo um vulto cheio de brancas no cabelo e rugas por trás dos óculos, apesar de conservar o teu anel preto de cabelo e o preto das íris sem aros dos teus olhos. Um dia destes arrependo-me de não ter dito nada nas alturas em que não havia nada a dizer. Um dia destes não dizemos nada um ao outro, uma vez que nada temos em comum [...]"
(Miguel Marques in 365)
Monday, January 13, 2014
Schumacher, Senna e Cobain
"O acidente de Michael Schumacher fez-me lembrar o dia em que deixei de ver Fórmula 1: um de maio de mil novecentos e noventa e quatro, o dia do acidente mortal de Ayrton Senna, um dos meus heróis, o dia da vitória abjecta de Schumacher, um dos meus vilões. Foi um daqueles episódios sísmicos. O café do bairro ficou cheio de gente comovida com a morte do brasileiro e furiosa com a aparente amoralidade do alemão, que celebrou a vitória depois da morte do colega de profissão. Alguns dos meus amigos, os verdadeiros aficionados, falavam como se tivesse morrido alguém da família. E não andavam longe da verdade. Os pilotos de F1 eram uma presença constante nos almoços de domingo, eram uma espécie de tios afastados que partilhavam a grande refeição da semana. O meu tio favorito era Nelson Piquet, um brasileiro com pinta de Roberto Caros que voava não num calhambeque mas num Lótus amarelo com anúncios da Camel. Piquet, Senna e os demais pilotos eram heróis partilhados por toda a gente, em Portugal e na Europa. Aliás, na voz de António Nicolau (faleceu há dias), o comentador dos Grandes Prémios na RTP, os nomes dos pilotos de F1 compõem uma faixa inteira da banda sonora dos anos 80 e 90: Prost, Mansell, Patrese, J. J. Lehto, Gerhard Berger, Larini, Nannini, Alboreto, Alesi, Senna, Piquet.
É preciso compreender a época. Nós víamos a F1 da mesma forma que víamos o Eurofestival. Em maio de 1994, a nossa cabeça estava formatada por dois canais de televisão (a SIC nem um ano tinha). Não tínhamos net nem TV por cabo. Toda a gente via os mesmos filmes, as mesmas séries, as mesmas novelas, os mesmos programas, as mesmas corridas de F1. Tínhamos pouca liberdade de escolha? Talvez. Mas em compensação tínhamos assuntos de conversa, esse antepassado remoto do Facebook. Nos últimos tempos não têm sentido um desconforto crescente nas conversas com os vossos amigos? Eu sinto. A arte da conversa está cada vez mais difícil, porque não temos pontos de referência comuns, andamos a ver, ouvir e a ler coisas diferentes. Já não falamos com amigos sobre um programa, recomendamos aos amigos o tal programa que eles não conhecem, e eles recomendam-nos séries que nós desconhecemos. Já não conversamos, só recomendamos.
E esta fragmentação cultural faz-me lembrar a outra morte sísmica de 1994: o suicídio de Kurt Cobain. Se Senna provocou lágrimas em maio, Cobain originou dilúvios em abril. A minha turma inteira chorou a morte do vocalista da banda que toda a gente ouvia. Hoje em dia, esse impacto emocional seria impossível. A fragmentação cultural em que estamos mergulhados não permite aquela concentração de emoções num único objecto. No tempo do vinil, da cassete e do CD, toda a gente ouvia mais ou menos as mesmas coisas. Com a internet, a fragmentação atingiu um absurdo quase cómico. Nos youtubes desta vida, podemos encontrar toda a música do universo. Liberdade de escolha? Sim. Mas falta o espaço comum da partilha, da conversa, da discussão, da pancadaria emocional em redor do mesmo objecto. Em 1994, o suicídio de Cobain e a morte de Senna geraram semanas de conversas. Em 2014, a (hipotética) morte de Schumacher só dará para uma manhã de posts no Facebook. à tarde já será preciso outra coisa. Andamos a fazer qualquer coisa de errado."
(Henrique Raposo in "Expresso", 04-Jan-2014)
Sunday, January 12, 2014
cantar da emigração
"Este parte, aquele parte
E todos, todos se vão [...]"
E todos, todos se vão [...]"
E, nisto, - quem fica [...]?
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