Wednesday, January 18, 2012

predictable

há algo nas pessoas que me perturba. sempre achei que isso decorria de uma composição acima do normal de cinismo a circular por entre os meus leucócitos e eritrócitos, mas é mais do que isso.

resultado, talvez, dessa composição sanguínea anormal, vejo mais do que queria - e, sobretudo, mais do que gostava. vejo os filmes a meio e no fim, muitas vezes antes de ter terminado o genérico inicial - a parte em que toda a sala está ainda a comer pipocas.
este distanciamento - muitas vezes, de mim própria - mantém-me longe. das mensagens, das redes sociais, dos telefones, das discotecas, dos cafés, ...
invariavelmente, sou um spoiler para o meu próprio filme. para bem dos outros, contudo, alimento a sua ignorância e deixo-os no escuro, entretidos que estão com as suas películas de felicidade, integridade e todo um outro conjunto de vocábulos que se tornam um oximoro perante a palavra "verdade".
eles não sabem, mas todas as suas histórias alimentam silenciosamente todo um saber que me impede de desfrutar de uma série de coisas que me fazem falta e cuja ausência guardo para mim, de tanto que me perturba. 
hoje, acrescentei 2 novas variáveis à minha estatística - subindo o meu intervalo de confiança acima dos 97%. (há dias em que preferia ter já olvidado todo o meu conhecimento econométrico)

(um rascunho esquecido, de 24 de Novembro de 2010)

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