Saturday, December 29, 2012

guaranteed

"if ever there was someone to keep me at home
it would be you..."
(courtesy of Mr. Eddie Vedder)

Monday, December 10, 2012

E o Tejo ali tão perto

"A água sempre foi amiga da alma portuguesa. Ou não nos tivéssemos lançado à descoberta a partir da nossa costa lisboeta, onde o mar se confunde com o rio. Seja mar, ou seja rio, conto sempre com essa linha de água para me orientar. O geográfico torna-se psicológico, porque sabe sempre bem saber que temos ali uma beira-rio onde nos podemos refugiar quando a rotina cansa. Que outras capitais se podem gabar de ter um imenso rio para desfrutar? Não muitas, é certo. Fugir para a beira do Tejo num domingo soalheiro, ou num fim de tarde mais frio. Pode ser para passear, tomar um copo, ou apenas para reflectir. Vê-se sempre um pouco de tudo. Estes são apenas alguns dos privilégios de “ter” um rio. Já dizia o nosso fado, que Lisboa é uma “toalha à beira mar estendida”. Porque, afinal, o Tejo está sempre ali à nossa espera."

Wednesday, December 5, 2012

on the usefulness of knowledge

"McKinsey Quarterly: You question many of the underpinnings of modern financial theory. If you were the dean of a business school, how would you overhaul the curriculum?

Nassim Nicholas Taleb: I would tell people to learn more accounting, more computer science, more business history, more financial history. And I would ban portfolio theory immediately. It’s what caused the problems. Frankly, anything in finance that has equations is suspicious. I would also ban the use of statistics because unless you know statistics very, very well, it’s a dangerous, double-edged sword. And I would ban linear regression. All these things don’t work."

you met me at a very strange time in my life

(beware of spoilers)

Sunday, November 18, 2012

comparação de metáforas

tendemos a comparar os presentes ao passado.

nem sempre (raramente) é justo, exigindo mais de nós à medida que o tempo passa, e os conhecimentos e acontecimentos se acumulam num rol de requisitos que a miopia do tempo vai tornando difusos, ainda que omnipresentes.
como um teste de hipóteses, vamos rejeitando ou aceitando os pressupostos à medida que os resultados aparecem, acabando por reduzir o tamanho da amostra disponível - e, com isso, inerentemente, aumentando sistematicamente a probabilidade de erro, originando um ciclo muito pouco virtuoso.

é dúbio que isto nos torne, ou aos nossos, melhores, sobretudo sem que se altere a priori o valor crítico que guia a tomada de decisão:
 dou por mim por vezes a falar por ou para outrem, que não reconheço em nenhum dos interlocutores

Nos desenhos animados

Se o teu cavalo falasse
Tinha tanto p'ra contar
Aos fantasmas debaixo dos meus lençóis
Dos tesouros que escondemos dos espanhóis
(em loop)

Saturday, November 17, 2012

à bientôt, mon ami

cliches are always the first words that come to mind. particularly in moments when there is nothing to be said...
...there are no words. there are and will be the long dinners, french/portuguese translations to english, microfinance, tiramisu, a scare at 3 in the morning...and a hug.
(the only way to find something is to keep looking. i hope that, somehow, you did)

Friday, November 2, 2012

middle class

'Adam Smith, who described Britain as a nation of shopkeepers, had a keen sense of what could be expected of the middle class. The prudent man, he wrote, "does not go in quest of new enterprises and adventures, which might endanger, but could not well increase, the secure tranquility which he actually enjoys."'

Monday, October 29, 2012

Saturday, October 13, 2012

cinderela

Ele lá lhe disse, a medo: "O meu nome é Pedro e o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: "Sou a Cinderela".
(Uns olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar.)

garrafas

Não, estou óptimo, ou melhor, óptimo não estou, só que estes três anos, de tanto se espalmarem uns nos outros, parecem um só dia, ou antes, uma só noite, sei que não me faço entender, vou tentar explicar melhor, pensa nas garrafas de plástico, naquelas garrafas de água mineral, a garrafa faz sentido enquanto estiver cheia de água. Mas depois de a teres esvaziado podes espalmá-la e deitá-la fora, aconteceu comigo, espalmou-se-me o tempo.
(Antonio Tabucchi, in A Lei Seca)

Thursday, October 11, 2012

it's the economy, stupid

à imagem da mensagem da campanha presidencial de Bill Clinton em 1992 (da autoria de James Carville), sinto estar em falta de uma manifestação que encha as ruas do país com milhares de revoltados vestindo t-shirts a alertar para a falta que faz discutir a economia.
fica a dúvida de onde andam as discussões (se existentes) sobre números [concretos], níveis de produção, impacto das políticas fiscais no consumo e poupança etc., ao invés das conversas de café que parecem ter substituído o debate e o comentário políticos.


por seu turno, do outro lado do oceano a economia parece ter perdido destaque face aos dramas enfrentados pelo poupas amarelo.

Wednesday, October 10, 2012

getting bigger

the evolution of the size of the financial crisis - in 6 (small) steps.

datamining

"In God we trust; all others bring data."

28

nunca pensei apaixonar-me por uma cidade. muito menos por ti, lisboa, minha menina. (e moça.)
vim, pé ante pé. vim a medo, como de resto é característico das pessoas que se lançam no desconhecido.

e apaixonei-me. pelas tuas esplanadas, pelo teu sol a iluminar páginas e páginas de conversas de café. 
seguiram-se as praias, tanto criticadas - sobretudo as desertas, para além do Tagus. 
vieram, depois, todos os outros cafés, porventura os mesmos, num pleonasmo acidental. atrás deles, os restaurantes a olhar as melhores vistas da cidade, ao sabor de uma garrafa de vinho proveniente das vizinhanças.
(e as praias, outra vez.)
apaixonei-me também por uma mão cheia de coisas que ficaram por fazer. daquelas que dão mais vontade de voltar. 
(a casa.)

Tuesday, October 9, 2012

bbe

O meu amor ensinou-me a chegar
Sedento de ternura
Separou as minhas feridas
E pôs-me a salvo para além da loucura
O meu amor ensinou-me a partir
Nalguma noite triste
Mas antes, ensinou-me
A não esquecer que o meu amor existe

(by Jorge Palma)

bucólico

I sometimes feel as if living inside a life-size postcard.

Wednesday, September 26, 2012

politics

getting around

leave

Partir é sempre bitter-sweet. Também o é chegar já depois dos outros partirem - sem nós. 
E eles foram. [Quase todos.]
De parte a parte, as memórias já não são partilhas, apenas histórias. Os encontros perdem a casualidade, transformando-se num moroso processo de marcações em agendas e conflitos com afazeres diversos.

Olhando, agora, através do miradouro, a cidade outrora repleta de cafés que falavam múltiplas línguas, vejo-os tristes ao permanecerem agora vazios, num silêncio onde ressoam apenas as memórias dos que ficam.

Esses - escassos - evitam falar disso, cabisbaixos que estão de os terem deixado por aí. Olho-os pelo espelho de um carro que não é meu, vendo os seus cansados corpos ir para casa - eu, que já não tenho a certeza de onde é a minha.

Tuesday, September 25, 2012

uma canja para Merkel

daqui a 3 anos ninguém saberá quem é o Gaspar - mas Ricardo Araújo Pereira continuará a cunhar frases incisivas, geniais e memoráveis.

Wednesday, September 19, 2012

cantar da emigração

i don't have to leave anymore
what i have is right here.

('Islands', by The xx)

Thursday, September 6, 2012

jugaad

"Jugaad colloquially means a creative idea or a quick workaround to get through commercial, logistic or law issues. As such, the jugaad movement has gathered a community of enthusiasts, believing it to be the proof of Indian bubbling creativity, or a cost-effective way to solve the issues of everyday life.

Jugaad (also sometimes jugard) literally means an improvised arrangement or work-around, which has to be used because of lack of resources. This is a Hindi term widely used by people speaking other Indian languages, and by people of Indian origin around the world. The same term is still used for a type of vehicle, found in rural India, made by carpenters by fitting a diesel engine on a cart."
(from Wikipedia)
Em Portugal, chamamos-lhe "desenrascanço".

Saturday, August 18, 2012

writing

"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas,
senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira."
Carlos Drummond de Andrade (31/10/1902-17/08/1987)

Sunday, August 12, 2012

forecasting (?)

"I give the Stones about another two years..."
(Mick Jagger, 1963)
(at Somerset house, London)

in need of some serious travelling

(this goes for argentina, australia, austria, budapest, the caribbean, berlin, brasil, new zeland, south africa, lisbon...and home.)
[plus, everywhere else]

happiness is simple (3)

Buffett wisdom


“There comes a time when you ought to start doing what you want. Take a job that you love. You will jump out of bed in the morning. I think you are out of your mind if you keep taking jobs that you don't like because you think it will look good on your resume. Isn't that a little like saving up sex for your old age?”

“Should you find yourself in a chronically leaking boat, energy devoted to changing vessels is likely to be more productive than energy devoted to patching leaks.”

“No matter how great the talent or efforts, some things just take time. You can't produce a baby in one month by getting nine women pregnant.”

“Life is like a snowball. The important thing is finding wet snow and a really long hill. ”
 “I could end the deficit in 5 minutes. You just pass a law that says that anytime there is a deficit of more than 3% of GDP all sitting members of congress are ineligible for reelection."

“It's nice to have a lot of money, but you know, you don't want to keep it around forever. I prefer buying things. Otherwise, it's a little like saving sex for your old age.”

“You know ... you keep doing the same things and you keep getting the same result over and over again.”

"You never know who's swimming naked until the tide goes out." 

“Never ask a barber if you need a haircut.”

hindsight

distance is a variable that tends to move along 2 axis: time and space. as we move along any of them them, thus getting further away from events and people, things start becoming clearer.
time takes away the contingencies that make an experience subjectively harder or better, turning it into (more objective) facts. it is only in time that I can regret what ever I did or did not do (mostly the former), understand the true motives behind decisions and learn from my most unfortunate judgment calls - only to try again.

physical distance can provide one of two things - it can either make things quickly fade away from easily accessible memory, or highlight who and what is important in full color. regardless of where I might be at a given moment - that tends to be the best sanity check, pointing to where home is.

[all in all, whenever I'm questioning whether I'm doing things for myself, and/or if I'm not missing home whenever I'm away from it, it's never a bad idea to take a step back and have an honest talk with myself.]

eu nem vi

[você chegar]
[Ainda faz um tempo bom
Pra desperdiçar comigo
Podemos enfeitar domingos]

Wednesday, July 4, 2012

Risk-taking

When people look back, they always regret not having taken on more risk, not less.
(Richard Gnodde)

Thursday, June 28, 2012

it was the best of times, it was the worst of times...


...dizia Charles Dickens, num livro (mais um) na minha lista de não-lidos.

como tudo, todos os sonhos têm dois lados da moeda. começam invariavelmente com a perseguição, a frustração no tropeçar em falso das pedras da calçada. muitos ficam por aí, outros seguem o seu caminho até ao rasgar da invariável fita no atingir do horizonte durante tanto tempo distante.

a chegada é sempre um misto de realização, tristeza, felicidade e medo. um conjunto de pessoas, de coisas, que correspondem à imagem durante tanto tempo difusa, de tão clara. pessoas que marcam momentos fúteis, abraçam tristezas e elogiam sorrisos. [pessoas que ficam - na partida.]

aí reside, contudo, a dualidade do sonho. é sempre tarde, e falta sempre o novo caminho que possa popular um horizonte mais longínquo, que nos faça seguir caminho, continuar a lutar contra os estigmas que refrearam a passagem por estradas mais ou menos enlameadas, muitas vezes percorridas no silêncio ensurdecedor que só a solidão sabe proporcionar.
talvez por isso saiba sempre tão bem voltar a casa, rever o conforto de abraçar a guitarra no escuro
[onde ninguém ouve]. 

Thursday, June 14, 2012

Sunday, June 10, 2012

Friday, June 8, 2012

hunting

Ando à caça de palavras resplandecentes, tropeço nelas
dentro e fora
da vida,
interpreto, magoo-me, interpreto outra vez, sujo-me, borro a minha pintura da cara que não tenho, das caras que fui desenhando sobre a cara que me faltou.
(Inês Pedrosa in "Fazes-me Falta")

correcção

Não tenho sequer tempo para levantar os olhos da estrada de papel. Os corpos das letras espalham-se em sangue negro alinhado nas veias vulgares do asfalto. No meio olhar de luz intensa, o choque brutal conta a minha testa imensa de ideias. O vidro frontal estilhaça-se nos cortes do ferro que entra sem resistência da água mole da minha carne.
Sonho o impacto e levanto-me nos gestos do sono. Estou imóvel no chão que sinto a rir por baixo de mim. A rua de gritos das velhas lamenta-se infinita pronta a engolir-me. Era tão jovem. Que desgraça, nosso senhor. Ninguém merece acabar assim. Adivinho o cerco que se abate sobre mim. Adivinho o impacto quando abro o frigorífico em cima, retiro a manteiga e a esfrego morta num pedaço duro de pão
Em baixo, metros à frente uma pena de pombo erecta e heróica no meio exacto da morte sem identidade. À distância da garra um gatinho aos pulos de sangue final. E eu igual a todos. Sepultada fora da terra, no olhar disco cheio de prata dos gritos das velhas.
Em cima, hoje olho duas vezes pela janela. Desço os três andares em nódoa de café com leite e pão duro atravessado na garganta. Os miúdos novos colados na esquina gulosos da idade. Olho para eles sem sorrir de volta.
Na rua corrijo o meu primeiro passo na onda suja da calçada. O destino passa em rente de pássaro ladrão pela minha cabeça. Adio o adeus para te encontrar na volta da casa à minha espera sem saberes porquê ou até quando.

(by Fernando Ribeiro)

inspiration

Friday, May 25, 2012

a viagem

não me lembro se fui a casa depois de voltar - mas acho que não. se fui, quem estava lá não era eu (como de resto sucede na maioria das vezes).

a viagem, como aquelas que despoletam o meu saudosismo, passou mais tempo a pensar que a dormir, a listar os to-dos, os prós e contras, os planos, ...
na chegada, o fim de um sem número de medos infundados.
levei também, na mala, o livro.
(não me lembro de onde pus a carta, nem se é importante.)

Wednesday, May 23, 2012

rumores

this is not a good idea...right?

(... and why should it matter?)

Sunday, May 20, 2012

contrariedades

"os fotógrafos deste mundo esqueceram a felicidade de fotografar com os olhos. hoje choro. mas choro com a certeza feliz de que a dor me faz pessoa. e que sou bom, e puro, e feliz. cometi erros e tenho de os abraçar a fundo, mesmo que me furem e me doam, mas tenho que abraçar. da mesma forma que o principezinho defendeu a rosa. ela acreditava que era forte pelos espinhos, e o principezinho sabia que ela era fraca pela mesma razão. tenho medo que vás. e é estúpido pela relacao marada que temos. mas tenho."


(escrito por um desconhecido conhecido - ou um conhecido desconhecido)

efeito de substituição

tendemos a substituir as pessoas. quer sejam amigos de quem nos afastamos, ou antigos amantes, há em nós constantemente espaços que se criam e que sentimos necessidade de preencher.
vamos, assim, encontrando novas coisas, novas pessoas, que vamos deixando aproximarem-se e entrar nesses pequenos recantos. e damos-lhes um bocadinho de nós, não só pela procura do preenchimento, mas pela necessidade intrínseca da partilha - que, muitas vezes, parece tornar as coisas mais reais.

Thursday, May 17, 2012

misery loves company

Susan: I don't know many people.
Charles Foster Kane: I know too many people. I guess we're both lonely.

music is not mece

no matter how mainstream indie becomes, radiohead will always be an alternative music genre in itself.
(full list of music genres in Wikipedia)

Saturday, May 12, 2012

carpe diem?

porque será que temos sempre palavras mais sábias para os outros, do que para nós próprios?
(ou, se queremos ir para a praia às 4h da manhã, porque é que não vamos?)

impossible soul

é uma música, mas podia ser um álbum - a semântica é irrelevante.
(até ao seu regresso a um Coliseu perto de mim, deixo "The Age of Adz" em loop no meu iPod)

Friday, May 11, 2012

um dia triste para a música

O dia da morte de Bernardo Sassetti.

long term is undermined

"Any Private Equity fund is likely to last longer than the average marriage, and while an active secondary market does exist, a Private Equity fund commitment should be thought of as essentially long term."

Thursday, May 10, 2012

timing

tendo a acreditar que, invariavelmente, o meu timing tem (ou continua a ter) um péssimo sentido de oportunidade.
(ironias do destino?)

Warren Buffett's 'Secret Millionaires Club"

O "Secret Millionaires Club" é um programa de televisão que tem como objectivo ensinar às crianças algumas lições básicas sobre dinheiro.
Paralelamente, é lançado um concurso em que miúdos americanos fazem um "pitch" de ideias de negócio, sendo que os finalistas terão o privilégio de apresentar essas ideias ao próprio Warren Buffett.

Às vezes gostava de ser criança outra vez - a minha vida teria sido muito diferente se tivesse conhecido o Warren Buffett aos 8 anos.

Tuesday, May 8, 2012

we need to talk

again.
(reposted from White Noite)

racionalismo


Segundo um estudo da Universidade de Columbia, as raízes do ateísmo residem no pensamento analítico, algo que não parece ser muito mais que uma verdade de La Palice - afinal, não são(/somos) sempre os racionais quem mais tende a não acreditar...?
"They say religion was created...water, fire, sun...
you'd think that science would have made religion obsolete. but it hasn't"
(in Dexter)
"Eu sou um ateu praticamente. Todos os dias tiro um bocadinho para pensar que Deus não existe e que a existência é absurda." 
(Ricardo Araújo Pereira, in Governo Sombra)

leave (2)

odeio despedidas: quem diz adeus não volta, e isso tende a gerar desconforto no regresso de alguém que se julgava desaparecido. 

talvez por isso, quem parte não olha para trás - e eu não olhei: nem sequer um olhar de soslaio, à procura de encontrar o que preenchia agora o lugar onde eu outrora existi.

e isso assusta-me: o ir embora sem qualquer saudade, ou vontade de voltar.
talvez por isso faça, de alguma forma, sentido, o regresso aos lugares onde fomos felizes - ainda que apenas pela certeza de que nenhum desses lugares era um destino, apenas uma parte (ou uma pedra) dO(/de um) caminho.
(Adeus, Porto)